quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Com tempero e com coragem!

2009 foi um ano como qualquer um outro: muitas lutas, mas chegamos ao final contabilizando mais vitórias do que derrotas.

O vento soprou fortemente, mas a casa não caiu e saímos da tempestade mais fortalecidos e esperançosos.

Também em relação à vida de cada um de vocês sei que não foi diferente.

Lutas por fora, angústias por dentro, mas em tudo Deus sustentou a sua vida e você chegou ao final de mais um ano.

2010 também não será diferente. Todos teremos lutas, alegrias e tristezas, pois são "temperos" normais da nossa existência.

Provados à parte, alguns destes "temperos" podem ser de gosto desagradável, mas no conjunto do prato, pronta a refeição (com uma pitada de pimenta), faz um todo saboroso e nutritivo.

Recebamos este novo ano com a atitude esperançosa de vitoriosos em Cristo Jesus, não com a mentalidade infantil de nutrirmos expectativas de que tudo será bom, mas com a maturidade de homens e mulheres adultos que integram os acontecimentos da vida e os vêem no todo, com fé, sabendo que "todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus, dos que são chamados segundo o Seu propósito".

Que o Senhor nos sustente e nos dê coragem!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Judeus de seis braços!

Segunda-feira à noite, em Barcelona. No restaurante, uma centena de advogados e juízes. Eles se encontraram para ouvir minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Eles sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único, que reina em meu país, sobre Israel. Eles querem me escutar. Alguém razoável como eu, dizem, por que se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados? Eu lhes falo que a verdade é um espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E eu provoco sua reação: “todos vocês se sentem especialistas em política internacional, quando se fala de Israel, mas na realidade não sabem nada. Será que se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Cachemira, da Chechenia?”. Não. São juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Mas com Israel se atrevem a dar opiniões. Todo mundo se atreve. Por que? Porque Israel está sob a lupa midiática permanente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. E, porque faz parte da coisa politicamente correta, porque parece solidariedade humana, porque é grátis falar contra Israel. E, deste modo, pessoas cultas, quando lêem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades. Sobre os judeus do passado e os israelenses de hoje, vale tudo.

A primeira pergunta é, portanto, por que tanta gente inteligente, quando fala sobre Israel, se torna idiota. O problema que temos, nós que não demonizamos Israel, é que não existe debate sobre o conflito, existe rótulo; não se troca idéias, adere-se a slogans; não desfrutamos de informações sérias, nós sofremos de jornalismo tipo hambúrguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo.

O pensamento intelectual e o jornalismo internacional renunciaram a Israel. Não existem. É por isso que, quando se tenta ir mais além do pensamento único, passa-se a ser o suspeito, o não solidário e o reacionário, e o imediatamente segregado. Por que? Eu tento responder a esta pergunta há anos: por que? Por que de todos os conflitos do mundo, só este interessa? Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência? Por que triunfa a mentira e a manipulação informativa, com tanta facilidade? Por que tudo é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos? Por que as razões de Israel nunca existem? Por que as culpas palestinas nunca existem? Por que Arafat é um herói e Sharon um monstro? Em definitivo, por que, sendo o único país do mundo ameaçado com a destruição é o único que ninguém considera como vítima?

Eu não acredito que exista uma única resposta a estas perguntas. Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a imbecilidade atual do preconceito anti-Israel. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito. Se, além disso, nós aceitarmos que ser anti-Israel é a nova forma de ser antissemita, concluímos que mudaram as circunstâncias, mas se mantiveram intactos os mitos mais profundos, tanto do antissemitismo cristão medieval, como do antissemitismo político moderno. E esses mitos desembocam no que se fala sobre Israel.

Por exemplo, o judeu medieval que matava as crianças cristãs para beber seu sangue, se conecta diretamente com o judeu israelense que mata as crianças palestinas para ficar com suas terras. Sempre são crianças inocentes e judeus de intenções obscuras. Por exemplo, a idéia de que os banqueiros judeus, queriam dominar o mundo através dos bancos europeus, de acordo com o mito dos Protocolos (dos Sábios de Sião), conecta-se diretamente com a idéia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca. O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que se configurou no ódio histórico aos judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses. No subconsciente, portanto, fala o DNA antissemita ocidental, que cria um eficaz caldo de cultura. Mas, o que fala o consciente? Por que hoje surge com tanto virulência uma intolerância renovada, agora centrada, não no povo judeu, mas no estado judeu? Do meu ponto de vista, há motivos históricos e geopolíticos, entre outros o sangrento papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o anti-americanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico. Mas também surge de um conjunto de derrotas que nós sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético.

Derrota moral da esquerda. Durante décadas, a esquerda ergueu a bandeira da liberdade, onde houvesse injustiça, e foi a depositária das esperanças utópicas da sociedade. Foi a grande construtora do futuro. Apesar da maldade assassina do stalinismo ter afundado essas utopias e ter deixado a esquerda como o rei que estava nu, despojado de trajes, ela conservou intacta sua auréola de lutadora, e ainda dita as regras do que é bom e ruim no mundo. Até mesmo aqueles que nunca votariam em posições de esquerda, concedem um grande prestígio aos intelectuais de esquerda, e permitem que sejam eles os que monopolizam o conceito de solidariedade. Como fizeram sempre. Deste modo, os que lutavam contra Pinochet, era os lutadores pela liberdade, mas as vítimas de Castro são expulsas do paraíso dos heróis e transformadas em agentes da CIA, ou em fascistas disfarçados. Eu me lembro, perfeitamente, como, quando era jovem, na Universidade combativa da Espanha de Franco, ler Solzhenitsyn era um horror… E deste modo, o homem que começou a gritar contra o buraco negro do Gulag stalinista, não pôde ser lido pelos lutadores anti-franquistas, porque não existiam as ditaduras de esquerda, nem as vítimas que as combatiam.

Essa traição histórica da liberdade, se reproduz no momento atual, com precisão matemática. Também hoje, como ontem, essa esquerda perdoa ideologias totalitárias, se apaixona por ditadores e, em sua ofensiva contra Israel, ignora a destruição de direitos fundamentais. Odeia os rabinos, mas se apaixona pelos imams; grita contra o Tzahal (Exército israelense), mas aplaude os terroristas do Hamas; chora pelas vítimas palestinas, mas rejeita as vítimas judias; e, quando se comove pelas crianças palestinas, só o faz se puder acusar os israelenses. Nunca denunciará a cultura do ódio, ou sua preparação para a morte, ou a escravidão que suas mães sofrem. E enquanto iça a bandeira da Palestina, queima a bandeira de Israel. Um ano atrás, eu fiz as seguintes perguntas no Congresso do AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel) em Washington: “Que profundas patologias alijam a esquerda de seu compromisso moral? Por que nós não vemos manifestações em Paris, ou em Barcelona, contra as ditaduras islâmicas? Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de mulheres muçulmanas? Por que eles não se manifestam contra o uso de crianças-bomba, nos conflitos onde o Islã está envolvido? Por que a esquerda só está obcecada em lutar contra duas das democracias mais sólidas do planeta, e as que sofreram os ataques mais sangrentos, os Estados Unidos e Israel?”… Porque a esquerda, que sonhou utopias, parou de sonhar, quebrada no muro de Berlim do seu próprio fracasso. Já não tem idéias, e sim slogans. Já não defende direitos, mas preconceitos. E o preconceito maior de todos é o que tem contra Israel. Eu acuso, portanto, de forma clara: a principal responsabilidade pelo novo ódio antissemita, disfarçada de posições anti-Israel, provém desses que deveriam defender a liberdade, a solidariedade e o progresso. Longe disto, eles defendem os déspotas, esquecem suas vítimas e permanecem calados perante as ideologias medievais que querem destruir a civilização. A traição da esquerda é uma autêntica traição à modernidade.

Derrota do jornalismo. Temos um mundo mais informado do que nunca, mas nós não temos um mundo melhor informado. Pelo contrário, os caminhos da informação mundial nos conectam com qualquer ponto do planeta, mas eles não nos conectam nem com a verdade, nem com os fatos. Os jornalistas atuais não precisam de mapas, porque têm o Google Earth, eles não precisam saber história, porque têm a Wikipedia. Os jornalistas históricos que conheciam as raízes de um conflito, ainda existem, mas são espécies em extinção, devorados por este jornalismo tipo hambúrguer, que oferece fast food de notícias, para leitores que querem fast food de informação. Israel é o lugar mais vigiado do mundo e, ainda assim, o lugar menos compreendido do mundo. Claro que, também influencia a pressão dos grandes lobbys dos petrodólares, cuja influência no jornalismo é sutil, mas profunda. Qualquer mídia sabe que se falar contra Israel não terá problemas. Mas, o que acontecerá se criticar um país islâmico? Sem dúvida, então, sua vida ficará complicada. Não nos confundamos. Parte da imprensa, que escreve contra Israel, se veria refletida na frase afiada de Goethe: “ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre, sem sê-lo”. Ou também em outra, mais cínica de Mark Twain: “conheça primeiro os fatos e logo os distorça quanto quiser”.

Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, é necessário somar o relativismo ético, que define o momento atual, e que é baseado, não na negação dos valores da civilização, mas na sua banalização. O que é a modernidade? Pessoalmente a explico com este pequeno relato: se eu me perdesse em uma ilha deserta, e quisesse voltar a fundar uma sociedade democrática, só necessitaria de três livros: as Tábuas da Lei, que estabeleceram o primeiro código de comportamento da modernidade. “O não matarás, não roubarás,…” fundou a civilização moderna. O código penal romano. E a Declaração dos Direitos Humanos. E com estes três textos, começaríamos novamente. Estes princípios que nos endossam como sociedade, são relativizados, até mesmo por aqueles que dizem defendê-los. “Não matarás”…, depende de quem seja o objeto…, pensam aqueles que, por exemplo, em Barcelona, se manifestam aos gritos a favor do Hamas. “Vivam os direitos humanos”…, depende de a quem se aplica, e por isso milhões de mulheres escravas não preocupam. “Não mentirás”…, depende se a informação for uma arma de guerra a favor de uma causa. A massa crítica social se afinou e, ao mesmo tempo, o dogmatismo ideológico engordou. Nesta dupla mudança de direção, os fortes valores da modernidade foram substituídos por um pensamento fraco, vulnerável à manipulação e ao maniqueísmo.

Derrota da ONU. E com ela, uma firme derrota dos organismos internacionais, que deveriam cuidar dos direitos humanos, e que se tornaram bonecos destroçados nas mãos de déspotas. A ONU só serve para que islamofascistas, como Ahmadinejad, ou demagogos perigosos, como Hugo Chávez, tenham um palco planetário de onde cuspir seu ódio. E, claro, para atacar Israel sistematicamente. A ONU, também, vive melhor contra Israel.

Finalmente, derrota do Islã. O Islã das luzes sofre hoje o ataque violento de um vírus totalitário ,que tenta frear seu desenvolvimento ético. Este vírus usa o nome de D’us para perpetrar os horrores mais inimagináveis: apedrejar mulheres, escravizá-las, usar grávidas e jovens com atraso mental como bombas humanas, educar para o ódio, e declarar guerra à liberdade. Não esqueçamos, por exemplo, que nos matam com celulares conectados, via satélite,… com a Idade Média… Se o stalinismo destruiu a esquerda, e o nazismo destruiu a Europa, o fundamentalismo islâmico está destruindo o Islã. E também tem, como as outras ideologias totalitárias, um DNA antissemita. Talvez o antissemitismo islâmico seja o fenômeno intolerante mais sério da atualidade, e não em vão afeta mais de 1.300 milhões de pessoas educadas, maciçamente, no ódio ao judeu.

Na encruzilhada destas derrotas, se encontra Israel. Órfão de uma esquerda razoável, órfão de um jornalismo sério e de uma ONU digno, e órfão de um Islã tolerante, o Estado de Israel sofre com o paradigma violento do século XXI: a falta de compromisso sólido com os valores da liberdade. Nada é estranho. A cultura judaica encarna, como nenhuma outra, a metáfora de um conceito de civilização que hoje sofre ataques por todos os flancos. Vocês são o termômetro da saúde do mundo. Sempre que o mundo teve febre totalitária, vocês sofreram. Na Idade Média espanhola, nas perseguições cristãs, nos progroms russos, no fascismo europeu, no fundamentalismo islâmico. Sempre, o primeiro inimigo do totalitarismo foi o judeu. E nestes tempos de dependência energética e confusão social, Israel encarna, em própria carne, o judeu de sempre.

Um pária de nação entre as nações, para um povo pária entre os povos. É por isso que o antissemitismo do século de XXI foi vestido com o disfarce efetivo da crítica anti-Israel. Toda crítica contra Israel é antissemita? Não. Mas, todo o antissemitismo atual transformou-se no preconceito e na demonização contra o Estado Judeu. Um vestido novo para um ódio antigo. Benjamim Franklin disse: “onde mora a liberdade, lá é a minha pátria”. E Albert Einstein acrescentou: “a vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem o mal, mas por aquelas que ficam sentadas vendo isso acontecer”. Este é o duplo compromisso aqui e hoje: nunca se sentar vendo o mal passar e defender sempre as pátrias da liberdade.

Texto de Pilar Rahola, jornalista cristã espanhola

Tradução: Irene Walda Heynemann

Símbolos Religiosos nas repartições públicas do Estado de SP

Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas. Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!!!

Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas...

Não quero ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte...

Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados...

Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento...

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.”

Frade Demetrius dos Santos Silva - São Paulo/SP

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz 2010

Por incrível que pareça mais um ano se passou e nos impressiona o quanto nossa sensação de que o tempo corre velozmente aumenta a cada dia. Já sabemos, de antemão, que o três primeiros meses deste novo ano "voarão". Logo estaremos no Carnaval e na Semana Santa.

Para agravar, teremos Copa do Mundo e, portanto, será mais um ano "veloz". Aliás, para nós aqui no Rio, pelo menos, essa sensação será cada vez maior em razão dos eventos que acontecerão até 2016.

De qualquer modo o que temos que fazer nestes "dias velozes" é avaliar a qualidade das atividades com que nos temos ocupados no tempo e, sobretudo, darmos maior lugar aos relacionamentos. E neste quesito, priorizarmos não tanto a quantidade deles, mas desenvolvermos a capacidade de relacionarmo-nos melhor e mais profundamente com uma quantidade mais restrita de pessoas a partir de nossa própria família.

É imprescindível, sobretudo, que demos mais lugar a Deus, no silêncio de nossa devoção particular e de fazermos de nossos encontros um momento de culto e comunhão verdadeiros.

Além disso, não deixe mais um ano acabar sem construir ou fazer algo de relevante, tanto para a sua vida, sua família, quanto para o Reino de Deus. Invista sua vida e tudo o que você possui em projetos que possam contribuir para todos e que também possam trazer frutos para o seu futuro. Não desperdice o precioso tempo que Deus te dá, mas também lembre que o ócio deve ter o seu lugar em nossa vida. Descanse!

Então, um Feliz e abençoado 2010. Que seja um ano surpreendentemente diferente e generoso para todos nós.

Que o Senhor seja gracioso para conosco e nos abençoe!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um Deus solidário

Nestes tempos difíceis, quando as celebrações perdem seu significado por causa de nossa superficialidade e também do mercado que transforma tudo em mercadoria o Natal, celebrado em todo o mundo, tem perdido sua razão de ser.

Natal, hoje, tornou-se sinônimo de presentes (consumo), muita comida, bebida e, na melhor das hipóteses, encontro e confraternização familiar.

Nas igrejas a data causa diferentes reações e há até mesmo aquelas que nem mais a celebram, por ser, segundo alegam, uma festa de origem pagã, incorporado pelo cristianimo (romano) em seus primórdios. Já os governos esperam com grande expectativa esta época, pois por ela avaliam a quantas anda o apetite do consumidor e fazem projeções para o ano vindouro.

Entretanto, para a Igreja o Natal celebra o Deus solidário que "amou o mundo de tal maneira que entregou seu filho unigênito". Para nós Natal é Jesus, Deus encarnado, solidário no drama da existência humana que veio para nos apontar e ser o próprio caminho que nos conduz à vida.

Natal é tempo para anunciarmos que não estamos sozinhos neste vasto universo, mas que temos um criador que não somente nos fez, mas que desceu do céu para ser um de nós, para ser Emanuel - Deus conosco!

Feliz Natal

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ética, moral e teologia

Nos meios acadêmicos cristãos-evangélicos em nosso país, tais como seminários e faculdades teológicas, podemos constatar que a Bíblia perdeu seu valor normativo. Ela já não é mais a Palavra Inspirada de Deus, mas um livro de literatura escrito com intenções teológicas, que deve ser interpretado à luz de nossa época, sem levar em consideração a tradição da igreja ao longo de sua história.

Entretanto, percebo com pesar, que tais percepções não são fruto de um pensar teológico reverente, realizado a partir da própria Bíblia e sob a sincera oração diante da presença de Deus. Ao contrário, a relativização das verdades bíblicas está intrinsecamente ligada a qualidade de vida que nossos pastores e teólogos estão vivendo.

Quero dizer com isso que a adesão ao liberalismo teológico em nosso país está intimamente ligado às concessões éticas e morais em nosso meio, quando não, à vaidade de ser aceito nos ambientes acadêmicos onde ser "inteligente" é ser contestador, irreverente e absolutamente relativista.

Dividida entre estes e os mágicos-manipuladores-neopentecostais não sei onde nossa igreja brasileira irá dar, mas pessoalmente, não vejo um futuro muito promissor para nós, a não ser que voltemos a amar a Bíblia, ao Senhor, a Sua Igreja e por ela também nos entreguemos, tal como Cristo a si mesmo se deu por ela.

O Rio precisa de concerto!

É isso mesmo: "concerto"! E quando digo "concerto", estou pensando em duas acepções da palavra. A primeira a que nos remete a um certo tipo de cultura julgada "refinada". Trata-se de eventos culturais que nos enlevam e encantam, provocando sentimentos de deslumbramento diante do belo. Neste sentido o Rio de Janeiro precisa da promoção de eventos culturais mais elevados, que enriqueçam a vida do carioca e que promovam a melhoria de sua autoimagem e autoestima.

Naturalmente, muitos discordarão de mim, mas é senso comum, acredito, que existem determinados eventos culturais em nossa cidade que promovem o que eu chamo de "cultura de morte", pois incentivam o consumo de drogas, consentidas e proibidas, e geram, não poucas vezes, um nível de violência que nos preocupa e intimida. Os bailes funks, dentre outros, são um dos muitos exemplos que poderíamos citar.

O outro modo em que emprego a palavra "concerto" é no sentido de mostrar a necessidade de um pacto, uma aliança, entre os governos federal, estadual e municipal e destes com instituições representativas da sociedade civil, tais como organizações não governamentais e religiosas.

Aliás, este é um excepcional momento para, juntos, trabalharmos por um Rio diferente, livre desta degradação tão grande a que nossa cidade chegou e, até mesmo, de estabelecermos um modelo de mobilização para outras cidades do Brasil e talvez até do mundo.

Sem dúvida, esta volta por cima terá que ter como base a educação. É necessário ocupar espaços preciosos, mas ociosos, como a maioria de nossas igrejas, a fim de promover educação integral à nossas crianças, aulas de reforço escolar, musicalização, alfabetização de adultos, palestras sobre saúde, atividades para a terceira idade, enfim, todo tipo de atividade que possa enriquecer e capacitar a vida de nossa população.

"Juntos somos melhores" e podemos mudar nossa história.