Caro pr. Marco,
Recebi um pedido de orientação de um amigo meu e irmão nosso em Cristo, o João, que estou com certa dificuldade em responder e, por isso, conto com seu apoio na tentativa de fazer o melhor.
João gostaria de participar de uma instituição religiosa onde o púlpito fosse usado para proclamar boas novas de arrependimento, transformação, vida eterna e paz ao invés de reclamar de Deus os nossos “direitos” de vitória e prosperidade.
Uma instituição religiosa em que os pastores e líderes atuam predominantemente no pastoreio do rebanho em detrimento da gestão de projetos, e não o contrário.
Onde os cultos sejam muito mais significativos e transformadores do que apenas belos espetáculos culturais. Sejam tão significativos que os jovens compreendam que cantar e tocar instrumentos musicais são apenas meios para a adoração e não a atividade fim.
Que tenha uma Escola Bíblica formadora de discípulos participativos, pensantes, que se relacionam cada vez mais e melhor com Deus e com o próximo.
Onde a palavra comunhão expressa relacionamentos verdadeiros e significativos entre os irmãos, muito além das tradicionais atividades esportivas e sociais.
Esta instituição religiosa que João procura, certamente deve ser transformadora da realidade social da comunidade onde está inserida, pois ensina esta comunidade a “pescar e vender o seu peixe”, enquanto a evangeliza.
Por falar em evangelismo, este deve estar centrado na Palavra de Deus e na dependência do Espírito Santo e não em um método infalível.
Enfim, João procura uma instituição religiosa que possa suprir as necessidades do Corpo de Cristo, a Igreja, para desempenhar a sua missão, o IDE, ao invés de consumir todas as forças deste Corpo com atividades sociais, culturais e burocráticas com pouco ou nenhum vínculo com a Verdade, leia-se, Jesus.
Ao tomar conhecimento destes requisitos, caro Marco, fiquei meditando se realmente existe alguma instituição assim deste lado da eternidade, uma vez que nós, pecadores que somos, é que as organizamos e administramos. Tendo a afirmar que não.
Por outro lado, li em algum lugar que apesar de ser impossível alcançar a perfeição deste lado da eternidade, podemos nos alegrar, pois temos condições de perseguir esta perfeição. Basta esvaziarmo-nos de nós mesmos e enchermo-nos do Espírito Santo de Deus, colocando-nos em sua total dependência.
Se souberes de alguma instituição religiosa com características pelo menos similares a estas me avise, para eu informar ao João.
Fique na Paz!
Abraços,
Nelson Singer
P.S.: O João é um personagem fictício, mas representativo do anseio de muitos de nós, cristãos.
Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Jo 8.31,32