Esta semana tomei conhecimento de um dado estatístico assustador: 70% dos pacientes internados em manicômios do Brasil são de origem evangélica. Sinceramente, perdi o chão. Que a religião pode ser um fator que contribui para o desequilíbrio psíquico, ao mesmo tempo que pode constituir um espaço confortável para desequilibrados mentais, eu já sabia, o que não sabia era que a contribuição evangélica para este desastre fosse tão acentuada.
A razão para esse trágico dado passa pela teologia, pela liturgia, e principalmente pelo compromisso do resgate de um Cristianismo mais bíblico, emoldurado pela Verdade escrita e não pela “verdade” sensitiva. Já não é de agora que denominações inteiras cultivam e estimulam um emocionalismo barato, sem o menor temor de rotular suas práticas ao “mover do Espírito Santo”. Com isso, transformam suas reuniões e grandes encontros num autêntico espetáculo do circo dos horrores, com gente caindo pra todo lado, tremendo, correndo, saltando e expressando sua insanidade em gargalhadas descontroladas, tudo isso sob a bandeira de um suposto “avivamento espiritual”. O mais preocupante em todo esse processo é a falta de alguém lúcido e psicologicamente são, que seja capaz de sugerir um exame criterioso das Escrituras.
A espiritualidade cristã jamais será moldada por qualquer geração doente. A chancela do que é saudável e do que é doentio é dada pelo próprio Cristo, por Seu ensino e exemplo. A tentativa de desenvolver uma espiritualidade vinculada à cultura ou às tendência de qualquer desequilibrado que aparece, contando uma visão ou uma revelação, só contribui para aumentar o número dos que dão entrada em clínicas psiquiátricas em meio a verdadeiros surtos psicóticos. O pior de tudo isto é que ninguém fala absolutamente nada.
É bem provável que a causa deste silêncio seja o despreparo teológico da maioria e a construção de certos paradigmas podres. Um deles é relacionar o estudo teológico à falta de unção. Com todo respeito, não há estupidez maior do que esta. Na verdade, é a resistência ao texto que colocou o movimento evangélico no Brasil e no mundo sob suspeita.
Uma rápida leitura dos Evangelhos, deixará em qualquer leitor minimamente atento, a real impressão de que o ministério de Jesus foi reflexivo. Ele nunca tencionou provocar transes e catarses. Suas mensagens e ensinamentos tinham o objetivo de fazer sua audiência pensar. Logo, embarcando na boléia de Jesus, Sua espiritualidade tinha um caráter mais cognitivo do que sensitivo, por isso Ele foi chamado de Mestre.
Já estou antevendo os comentários que chegarão: “O intelectualismo é morte”; “a letra mata”; “a teologia não presta pra nada”… Mas, vou correr o risco e fazer uma colocação final.
Todo cristão precisa estar comprometido com Cristo e o seu ensino. Nenhuma manifestação que escape ao escrutínio bíblico e não faça parte das práticas pessoais de Cristo e dos apóstolos, merece ser considerada, sequer analisada como possivelmente legítima, sob o risco de se abraçar a loucura ao invés da fé.
Pense nisto!
Recebi este texto pela internet, mas infelizmente não sei quem foi o seu autor.