Reproduzo, aqui, o texto de um amigo sugerindo que eu escrevesse algo sobre o assunto abordado. Entretanto, preferi reproduzir o seu texto já que concordo com sua percepção do crente de nossos dias. O texto está sendo postado da forma como ele o enviou.inclusive com os destaques.
Obrigado, Marcos.
Marco
Uma coisa que venho pensando ultimamente, e que você quem sabe poderia escrever algo a respeito. Veio-me à mente o velho hino já não muito cantado:
Quero ser um vaso de bênção, sim um vaso de bênção dos céus...
...Para ser um vaso de bênção, é mister uma vida leal
Uma vida de fé e pureza, revestida do amor divinal.
Faze-me vaso de bênçãos, Senhor, vaso que leve a mensagem de amor
Eis-me submisso, pra Teu serviço
Tudo consagro-te agora, Senhor.
Quero ser...
Faze-me...
Eis-me submisso...
Necessário uma vida leal... de fé e pureza
O tema se situa na diferença entre o desejo pessoal do crente do passado e o desejo pessoal da multidão de crentes do presente.
Antes, os poucos crentes procuravam se desligar das coisas materiais deste mundo, tendo a consciência de que o lar permanente seria o Céu. Isso era muito "martelado" nas nossas cabeças pelos pastores, e tínhamos a consciência clara de que, para ser crente, só se fosse desta forma - era pegar ou largar!
Hoje vemos um grande número de crentes, extremamente arraigados e edificados no mundo presente, estabelecendo solidamente, o tanto quanto seus esforços lhes permitirem, o máximo de fundamentos neste mundo; diariamente ansiando preocupadamente por buscar as riquezas e os benefícios do mundo, baseados em promessas bíblicas deturpadas, tais como "devo ser rico como Abraão"; "não terei doença como o povo de Israel", "devo ser cabeça e não cauda".
Dizem que a "prosperidade", é uma "evolução" do entendimento da vida Cristã - uma nova visão -, mas note que uma verdadeira evolução da fé em direção a Deus necessariamente estiaria vinculada em um apego ainda maior e Ele, ao reino espiritual, e com um inevitável desapego cada vez mais crescente pelas coisas terrenas. Mas, pergunto, é isso o que vemos? Por causa disso, em minha opinião, o "crente" que desenvolveu esta doutrina não era nem um pouco espiritual, mas sim material e carnal. Ele amava o mundo e às suas riquezas, e procurou diligentemente conciliar este amor terreno com a sua fé cambaleante. Pendeu assim mais para o lado da sua inclinação maior, e, uma vez tendo encontrado solo fértil entre os crentes pós-modernos, temos como resultado tudo isso o que vemos por aí - o interesse geral e indiscutível pelas riquezas e o bom viver. O foco da vida Cristã parece ser este: "Sirvo a Deus, porque tenho a garantia de bênçãos nesta vida e na vida vindoura; mas esforço-me, esmurro-me e desgasto-me mais para esta vida do que para aquela".
Antes, os poucos crentes desde cedo ouviam sobre a necessidade de uma vida de fé e pureza. Isso também era "martelado" e eu pessoalmente algumas vezes vivia em conflito por não poder alcançar aquilo que tinha consciência ser essencial para uma vida de relacionamento com Deus.
Hoje, o grande número de crentes demonstra pouca preocupação com esses assuntos, ou seja, vivem de forma mundana com os mesmos hábitos dos ímpios, com a única diferença de que vão regularmente à igreja, na maioria das vezes com a intenção última de manter aberto o seu canal de bênçãos com o Deus que deve lhes prover as riquezas e o bom viver.
Antes havia a consciência de que devemos ser instrumentos para o Reino de Deus, e agora procedem como instrumentos para a implementação dos seu seu próprio reino pessoal, que se traduz em viver uma vida deleitosa neste mundo.
Enfim, os anseios espirituais foram trocados pelos anseios materiais, a visão espiritual ampla sendo cada vez mais substituída pela visão terrena míope, e isso é incentivados por muitas mensagens pastorais, pois é o tipo de mensagem que dá Ibope.
Existem os que se irritam quando ouvem os que se lamuriam de que "ontem era assim, e hoje é assado", mas qualquer um que tenha vivido as duas etapas - o passado e presente da vida Cristã - consegue ver claramente a pobreza de motivação de uma grande maioria dos crentes que abarrotam as igrejas.
Abraço
Marcos Simas Iozzi Dias