No momento, não é permitido sequer sonhar. Talvez daí provenha a angústia: não poder sonhar!
Dizem que os sonhos nos alimentam. Nos encorajam.
A vontade de concretizá-los, unida a esperança de que se realizem faz-nos querer viver o amanhã.
Como pensar em amanhã quando já sabemos o que nos espera? O amanhã já virou ontem. E ontem...esse filme já passou?
Pois é... não falo dos sonhos naturais que todos podem ter à vontade: sucesso, saúde, família.... Falo daqueles que não podemos sequer mencionar.
Que ficam ali, escondidos de tudo e de todos.
Tão absurdos que não temos coragem nem mesmo de pensá-los no silêncio da noite, quando todos dormem e ninguém pode ouvir ou ver.
Não se pode fazer do outro a razão da existência.
Nem dos sonhos.
Pode-se ocupar o vazio deixado por eles com todas as outras coisas com as quais todos os mortais ocupam a vida, mas eles continuarão ali,
Escondidos, desgarrados, solitários, excluídos. E fingimos que aquilo nunca foi sonhado, nunca aconteceu.
Até que um dia, quando não mais existirmos, os levemos conosco para a paz da inexistência.
Texto de Janaína R. Pires
Dizem que os sonhos nos alimentam. Nos encorajam.
A vontade de concretizá-los, unida a esperança de que se realizem faz-nos querer viver o amanhã.
Como pensar em amanhã quando já sabemos o que nos espera? O amanhã já virou ontem. E ontem...esse filme já passou?
Pois é... não falo dos sonhos naturais que todos podem ter à vontade: sucesso, saúde, família.... Falo daqueles que não podemos sequer mencionar.
Que ficam ali, escondidos de tudo e de todos.
Tão absurdos que não temos coragem nem mesmo de pensá-los no silêncio da noite, quando todos dormem e ninguém pode ouvir ou ver.
Não se pode fazer do outro a razão da existência.
Nem dos sonhos.
Pode-se ocupar o vazio deixado por eles com todas as outras coisas com as quais todos os mortais ocupam a vida, mas eles continuarão ali,
Escondidos, desgarrados, solitários, excluídos. E fingimos que aquilo nunca foi sonhado, nunca aconteceu.
Até que um dia, quando não mais existirmos, os levemos conosco para a paz da inexistência.
Texto de Janaína R. Pires
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