sábado, 10 de outubro de 2009

O mundo será, realmente, muçulmano?

(Foto retirada em Belém - Israel, por ocasião de minha viagem em 2007 àquele país. Em primeiro plano, vista de fundos da Basílica da Natividade. Ao fundo uma mesquita localizada do outro lado da praça, em frente à Basílica). O fio que, acidentalmente, estava estendido e que causa um efeito de separação entre as duas torres, interpretei-o como a impossibilidade de conciliação entre as duas religiões, com todo o discurso de tolerância e convívio da atualidade, especialmente em ambientes cristãos ocidentais).


Tenho ouvído de muitos que o mundo será muçulmano daqui a algumas décadas. Documentários e textos sobre o tema se multiplicam na internet e em revistas evangélicas de informação. Pergunto-me, entretanto, se tais projeções não seriam fruto de uma visão missionária zelosa, mas que usa de certa retórica "terrorista" com o intuito de reacender a chama evangelizadora de nossas igrejas e, assim, arrecadar mais recursos nas campanhas de missões, ou mesmo de um equívoco na leitura dos sinais dos tempos. Digo isso, porque, creio, não estamos levando outros dados em consideração.

Por exemplo: é fato conhecido que em países tradicionalmente muçulmanos a secularização (indiferença para com os temas religiosos) está crescendo, assim como nos países historicamente cristãos. O desinteresse pela religião em algumas nações islâmicas já é tão evidente (especialmente entre os jovens) quanto ao que se percebe no Ocidente em relação ao cristianismo. Esse fato eu pude constatar in loco.

Um outro dado que talvez não tem sido levado em consideração é a crescente resistência, antipatia e até mesmo, hostilidade, contra as religiões.

Todos temos ouvido falar das campanhas antirreligiosas, promovidas por entidades de ateus militantes. Tais movimentos, que começaram na "Protestante" Inglaterra, já se propagam por outros países. Em consequência, ou juntamente com isso, aumenta o apelo e pressão contra os usos de símbolos religiosos em lugares públicos.

Diante deste quadro, creio que o grupo que mais crescerá nestas próximas décadas será o dos indiferentes e contra as religiões tradicionais, especialmente as monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo). Naturalmente, outro tipo de religiosidade ocupará o seu lugar, já que o homem é um ser religioso por natureza. Esta será difusa e muitas divindades poderão ser adoradas. Poderá ser, ainda, que um sistema político-religioso-humanista de âmbito mundial se instale e exija obediência plena aos seus propósitos ou que o supremo governador deste admirável mundo novo seja divinizado e adorado.

Para mim, portanto, este é o quadro que está se configurando para um futuro não muito distante de nós.

Quem viver... verá!


Um comentário:

  1. Concordo com a sua idéia Pr. Marco.
    Observo que está havendo uma mudança em vários setores da sociedade, inclusive dentro das igrejas onde percebemos que as coisas essenciais do Evangelho estão sendo relativisadas. Algumas ciências estão influenciando o credo de muitos e o humanismo cada vez mais ascendente toma o primeiro lugar na sociedade.A mídia traz uma mensagem que anteriormente parecia subliminar, hoje é escancaradamente posta e aceita. Poucos refutam! O movimento anti-religioso cresce de fato e um "liberalismo" toma conta. Estamos quase no limiar do "tudo pode"! Sim, digo quase porque ainda vem mais por aí. As instituições (geralmente religiosas) que se levantam contra são atacadas por todos os lados de forma aterradora. Acho que nos esquecemos que nossa luta não é contra carne nem sangue. Os Mulçumanos como outros podem até aparecer na mídia como a maioria. Foi assim com os midianitas entre outros e Deus com os poucos sempre foi maioria. Creio portanto que tens razão Pr. Marco, quando mencionas esse tipo de nova religião que vem surgindo num encontro de vários componentes formando um coquetel que vai agradar o paladar de muita gente mesmo!
    Forte abraço do amigo-irmão -Miranda.

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